terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Yeti e a Água Potável


Como uma pessoa que admira e crê na ciência, defini que a água potável utilizada no Pony Castle deveria seguir alguns padrões de pureza e qualidade. Contratei então um glaciólogo, sabendo da minha predileção por água de baixa temperatura.

Nosso foco a partir de então foi o pico Everest. Apesar dos temores de que os glaciares do local em questão derreteriam até 2035, escolhemos aquela região. Mais especificamente o pico K2 ou Monte Godwing-Austen, também parte da montanha do Himalaia.


Precisaríamos de uma expedição para colher algumas amostras e definir o ponto de coleta. Chamei o Pio, um de meus melhores amigos e comparsa para fazer parte da expedição, pois meu glaciólogo precisava embarcar no Barão de Teffé rumo a Antártida para novos desafios.


Antes disso nos orientou e passou um contato bacana de guia para nos atender.
Eu e o Pio estávamos preparados, pois seria a segunda expedição que realizaríamos em busca da água perfeita.

Combinamos de partir do Restaurante Casarão após o almoço. Fomos de avião.
Ao chegar no Tibet, encontramos nosso guia aparando os pêlos de seu corpo. Era um Yeti! Sim, um Yeti! Não estava crendo naquela visão... Todos loucos para encontrar um “Abominável Homem das Neves” e ele bem ali na nossa frente! Praticamente um "Tony Ramos" albino e sorridente.


Bastante atencioso, o Seu Jaime, como passei a chamá-lo nos atendeu com bastante agilidade. Na verdade, sua Filha (também felpuda) nos recepcionou e mostrou todo o processo do gelo no pico da montanha e como utilizar a fonte antes dele assumir seu posto de guia ágil. Em seguida, o Yeti nos entregou roupas de alpinistas para que eu e o Pio nos aventurássemos pelo Himalaia afora. Conhecemos algumas variações de gelo e suas propriedades que foram essenciais para a escolha da fonte de água potável ideal para meu consumo.

O Yeti era muito dinâmico e discreto, visto que era raríssimo alguém conseguir fotografá-lo ou encontra-lo pelas neves do mundo. Não foi à-toa que ele virou uma lenda, não é mesmo?! Vi que ele me atenderia bem como meu vassalo. Fiz a proposta ali mesmo. Agora o Yeti Jaime era o responsável pelo serviço de transportar água potável daquela fonte que eu havia comprado no alto do pico K2, até o Pony Castle, de maneira que ninguém o percebesse. Em troca, bimestralmente ele ganhará o regalo de aparar e hidratar seus pelos alvos, além de tratamento completo com um podólogo especializado em calosidades causadas pela neve.

Em boa hora surgiu aquele cão da raça São Bernardo com seu barrilzinho de conhaque preso ao pescoço. Selamos a parceria com um brinde. Na verdade vários, pois perdi a conta... Tinha tantos cães ali nos servindo que no final utilizamos a matilha para nos puxar com trenós. Foi meio lento, pois não era a raça indicada, mas o passeio foi ótimo e agradabilíssimo.
Pegamos o avião rumo ao Pony Castle. No caminho, deixei o Pio, já que tinha que voltar para a Webroom.

O Yeti se adaptou bem ao serviço e já testamos os primeiros copos de água potável. Entreguei a cópia da chave do reservatório de água real, assim como pegamos suas digitais para o uso da biometria. Agora era oficial!

Tenho minha própria água, vinda de minha própria fonte através do meu próprio vassalo das neves, meu querido Yeti Jaime! Sucesso!

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