quarta-feira, 6 de maio de 2009

Viagem do Luxo

Recordo-me muito bem desta viagem... Damião estava morando em Dublin na época e para matar a saudade do meu Pônei Europeu, resolvi jogar o corpo por lá. O emprego que ele arrumou era ótimo! Trabalhava em uma agência de publicidade, ganhava bem e folgava a partir de quinta. Muito do luxo, Damião sempre percorria a Europa sem compromisso.

Nosso ponto de encontro foi em Copenhagen, capital da Dinamarca.
Depois de conhecermos vários lugares interessantíssimos, resolvemos almoçar em um agradável restaurante perto da Praça Rädhuspladsen (praça da prefeitura). Ao escolhermos nosso tinto, um senhor com aparência de líder viking se desculpa e nos pergunta se éramos brasileiros. Ele estava com as bochechas rubras de vergonha e assim o convidamos para beber conosco. Apesar dos europeus serem mais inibidos o senhor rosado aceitou nosso convite.

Damião, muito simpático, começou a contar sobre nossas vidas e ao relatar que éramos mineiros, um brilho especial surgiu nos olhos do loiro. Meu inglês não é muito bom e pedi para que meu amigo o questionasse sobre esse interesse nas terras mineiras. E o que é a coincidência?! Ele nos contou que um de seus antepassados visitou a Brasil na época da corte e que passava adiante várias histórias excitantes e encantadoras sobre esta visita. Dentre elas, a de que seu ultra-tataravô (bem mais antigo que seu tataravô) foi recebido por Dona Beja na então conhecida São Domingos do Araxá. Nunca mais ele foi o mesmo desde então e como uma espécie de maldição, todos os homens da família sentiam certo fascínio pelo Brasil e principalmente por Minas Gerais. Todos encatados com a suposta beleza de Beja.

Cinco garrafas depois, ele nos convidou para conhecer seu castelo. Niiih ele era um nobre! Fomos andando com Frederick XIX até seu luxuoso veículo. Depois de belas paisagens, chegamos ao Castelo de Rosenborg, que geralmente é aberto a visitação mas há três meses Frederick XIX o utilizava como residência enquanto seu palacete estava em reforma.

Enquanto nos deliciávamos com um banquete, falamos (no caso, Damião era meu intérprete) sobre as indústrias de seu país, sobre o tabaco da região, comparamos os derivados do leite da Dinamarca e do Brasil, relatou detalhes sobre a Fábrica Real de Porcelana e do chocolate. Fred (já estávamos íntimos) se lembrou de ouvir falar muito dos doces de compota que Beija oferecia aos convidades de sua chácara. Prometi que lhe enviaria vários doces de Araxá para que ele pudesse entender parte dos prazeres vividos por seu antepassado.

Foi tudo muito agradável. Rosenborg é belo, mas meu tempo principalmente era curto. Eu ainda queria conhecer mais da Europa e só tinha pegado alguns dias de folga. A viagem foi inesquecível e em breve devo realizar novos passeios com o Damião. Termino o post saboreando o chocolate Língua de Gato da Kopenhagen ãhãh?!

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