sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Coruja Armínia


Sentada na calçada de canudo e canequinha... Minto. Sentada no meu local de trabalho, logo pela manhã desta sexta feira de sucesso Gulliver, ouço um grito vibe Psicose!

Era a moça da chapelaria, Alessandra do Financeiro da agência. Afoita, desloquei meu corpo rumo ao som aterrorizante. Já havia um leve tumulto de 4 pessoas no hall dos banheiros. Forcei minhas panturrilhas de maneira que erguesse meu corpo e pude assim visualizar o motivo do grito de susto: Uma coruja estacionada na janela do banheiro.

A corujinha linda e assustada, fitava meus olhos enquanto eu interagia lançando palavras doces e de afeto para tentar acalmá-la. Afinal, ela estava piando e com certeza era o grito dela de desespero ao se deparar com a tal figura da Alessandra. Claro, foi um susto cruzado.

Percebemos que ela estava presa ali, no calabouço da agência. Sim, pois é praticamente um buraco profundo seguindo os dois andares da empresa e com acessos apenas pela janela da sala de eventos e a janelota do banheiro que ela estava utilizando como parada.
O que será que ela fazia ali?! Guilherme afirmou que ela veio em sua busca para lhe trazer uma carta de Hogwarts. Raios! Como não pensei nisso antes?! Eu adoro corujas e adoro cartas de Hogwarts... E o sentimento ruim da inveja me fagocitou 3% de meu corpo até que comecei a conversar com a ave de rapina e perceber empatia em nossos olhares. Tive certeza! Veio para me ver!

Me lembrei que sempre mando uma coruja imaginária para visitar o Cleytim (amigo meu que tem fobia com corujas). Armínia é seu nome. Cri que era ela sendo clasmocitada pela minha imaginação e vindo participar do meu mundo real.

Precisava retirar a criatura dali com urgência. Ela estava acuada e deveria estar faminta. Foi quando nosso destemido Leonardo (também do financeiro) veio para auxiliar no resgate.
Depois de algumas tentativas de captura com uma rede de papelão (caixa), resolvi interceder e auxiliá-lo. Botei minha luva imaginária que uso na falcoaria do Pony Castle e peguei um bastão (vassoura) para indicar o caminho da cavidade para o animalzinha entrar.

Armazenada dentro do recipiente, eu o e o Guilherme saímos em uma jornada até a floresta mais próxima (terreno vago do outro lado da rua da agência). Enfrentamos animais ferozes (carros) e até um robô esguio que lançava laser (semáforo) em nossos corpos sem nos atingir.

Fomos destemidos e conseguimos chegar até a floresta. Abri a caixinha de pandora com delicadeza. Ela me lançou um olhar profundo e tenro. Eu retribuí. Ali selava uma amizade linda. Instalei uma biruta no poste da cerca do terreno para ela se orientar pelo vento. Ela alçou vôo de maneira capenga até se estabilizar. Antes, ainda no rasante, capturou um calango e foi comendo. Era o motivo da capenguês que a deixou torta por instantes. Isso me acalentou.. Estava preocupada por ser algum dano em suas asas... E assim Armínia se foi... Linda e voante...



*OBS: E a música que desde que comecei a escrever este post, não sai de minha mente:

2 comentários:

  1. Confesso q li o post com a mesma tensão q assistiria a um filme de Hitchcock! Mas fico feliz q Armínia está bem, e foi te visitar! (espero q ela não descubra o caminho do Caribe)

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  2. Que linda a Armínia!! Sou amiga das Corujas, principalmente porque elas se alimentam de borboletas bruxas(argth até pra escrever tenho nojo!).
    As corujas são mega inteligentes, e tem o dom da comunicação visual mess!
    Mande beijos para a Armínia, Kel!

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