segunda-feira, 22 de março de 2010

Dor no Peito

Como já devem saber, sou publicitária e trabalho com orçamento. Isso implica que cuido das verbas (muitas vezes altas) dos meus clientes. Além disso, existem os prazos curtos para as entregas de campanhas que geram muita pressão.

Sempre que o ritmo de trabalho aumenta na agência, começo a sentir os efeitos em meu corpo. Até a dois anos atrás, quando eu não malhava e nem fazia massagem, eu sempre acabava tendo que ir para o hospital uma ou duas vezes por ano com alguma dor forte. Minhas visitas aos hospitais se revezavam em dores estômago com Hérnia de Hiato e Esofagite, contraturas musculares, nódulos gigantes nas costas e epicondilite no cotovelo.

A última vez que precisei passar pelo pronto socorro foi "meio" engraçado e vergonhoso.
Comecei a sentir dores no peito, no lado esquerdo. Pontadas rebarbativas que começaram a se intensificar gerando falta de ar em alguns momentos. Não dei muita moral... A dor continuou no dia seguinte e no final da tarde, comecei a sentir formigamento no braço esquerdo. Aí grilei. Sintomas de infarto, ui! Liguei para minha médica imediatamente. Saí mais cedo da agência e joguei meu corpo no consultório.

Me revisou total e escutei o mesmo discurso de sempre: Fazer exercícios físicos diariamente e tirar férias. Como as dores estavam fortes, ela pediu para eu tirar um radiografia dos pulmões, assim veríamos as costas no geral. Ela tinha certeza que meu problema era muscular por eu estava muito tensa. Mandou eu sair de lá e chamar alguma amiga para ir ao cinema e depois comer alguma coisa que gostasse. Também me receitou um relaxante muscular power que eu comprei no caminho de casa.

Segui seus conselhos. Já medicada, chamei uma amiga (a Lu) e me dirigi para o cinema. Fui assistir Click. Quase no final do filme, comecei a sentir as dores. Estavam muito fortes e meu braço começou a formigar. Fiquei na minha tentando movimentar meus dedos discretamente mas minha amiga percebeu meu desconforto e já sabendo do caso começou a se preocupar comigo. Tentei não apavorá-la mas minha voz saia rouca e comecei a sentir falta de ar. Saímos do filme com ela já perguntando se eu tinha preferência por algum hospital. Tentei impedí-la pedindo para me deixar em casa. Não queria dar trabalho, mas foi em vão.

Chegando lá eu já estava meia mole. Realmente tava com dificuldade para falar e o ar entrava dentro do meu ser por canais semelhantes a canudinhos de refrigerantes, aqueles bem fininhos.
Relatamos o que eu estava sentindo e imediatamente me botaram em uma maca. Percebi preocupação nos enfermeiros. O médico optou por um eletrocardiograma. Também escutei falando que estava frequente enfarte em pessoas mais jovens. Grilei...

Durante tudo isso, a Lu avisou outra amiga que se preocupava muito comigo, a Patrícia, e que já estava pilhando meu telefone para saber notícias. Meu aparelho estava no meu bolso no silencioso, já que eu estava no cinema antes dali. Começaram a me despir. Paguei peitinho! Que ódio! Morro de vergonha além de ser mega sistemática. Comecei a ficar mais tensa ainda.

Exame em andamento senti um certo pânico na equipe que estava em cima de mim. Algo bem errado nos rabiscos emitidos pelo aparelho. Mais gente em cima de mim agora. Agora já eram cinco entre médico e enfermeiros. Eu ali, pagando peitinho. Que ódio!
Comecei a ficar mega irritada. A vergonha que eu estava passando piorava meu estado. E mais uma vez o exame apresentava resultados ensandecidos...

Nesse instante, resolvo tirar meu telefone do bolo e mandar um pedido de socorro ou emitir meu testamento por ali. Só então uma enfermeira descobriu que o celular estava interferindo no aparelho. Alah! Finalmente me vestiram!
Me drogaram com algum relaxante muscular forte e me colocaram na cadeira de rodas para fazer a radiografia, que até então eu faria no dia seguinte conforme combinado com minha médica. Realmente meu problema era muscular. Tensão pura.

Eu estava louca louca louca! Ensandecida! Totalmente grogue e engraçada. Todos ao meu lado riam sem parar. Eu não me lembro o que eu ficava falando. X! Pelo menos minha amiga ria muito também e me tranquilizou falando que não foi nada demais. Estava apenas engraçada e que o pior foi quando ela me levou para um quarto até me recuperar um pouco. Tinha um casal lá. A moça tava com algum problema de vesícula ou algo do tipo e os dois não paravam de rir de mim.

A guria começou a passar mal e ainda assim não parava de rir e o marido (ou namorado) também estava sendo fagocitado pelas gargalhadas e não conseguia pedir ajuda, deixando a tarefa para minha amiga. Gente, o que era aquilo?! Gás do riso?! E durante essa crise de riso, eu ficava caindo para frente e minha amiga me segurando... Que descontrole... Bom, final da história, a Lu me deixando em casa morrendo de vergonha da minha mãe. Praticamente entregou uma bêbada cambaleante e grogue nos braços da matriz. Eu rindo e minha mãe sem entender muito, mas foi contagiada e acabou me levando para o quarto rindo.

4 comentários:

  1. O "infarto" mais engraçado que já vi...

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  2. Vc é muito divertida!!! =D

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  3. ai saudaaaaaaaadeee.....
    Lembro dessa história......
    Amo-te
    Paty

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  4. que história engraçada ainda bem que não era nada grave, de vez em quando eu sinto umas dores no peito no lado esquerdo, vou ver isso com um médico, alem porque sou jovem de 23 anos e caminho regularmente...
    Abraço

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